quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Ferramentas e técnicas usadas na gerência de riscos (PMBOK) - Parte 2

Nesta segunda postagem sobre ferramentas e técnicas na gestão de riscos, trataremos dos processos Planejamento de respostas a riscos e Monitoramento e controle de riscos, além de algumas outras técnicas relacionadas à Análise quantitativa.

Análise quantitativa
  1. Técnicas de representação e coleta de dados. Já foram vistas na postagem anterior sobre o assunto.
  2. Análise quantitativa de riscos e técnicas de modelagem
  • Análise de Sensibilidade - Ajuda a identificar quais riscos representam maior impacto potencial ao projeto.
  • Análise do valor monetário esperado (VME) - Calcula o resultado médio quando o futuro inclui cenários que podem ou não ocorrer. O VME é calculado multiplicando o valor de cada resultado possível por sua probabilidade de ocorrência.
  • Análise da árvore de decisão - Geralmente através de um diagrama de árvore de decisão, incorpora o custo de cada escolha possível, as probabilidades de cada cenário possível e o retorno de cada caminho lógico alternativo.
  • Modelagem e simulação - São normalmente realizadas usando a técnica de Monte Carlo. Em uma simulação, o modelo do projeto é calculado várias vezes, sendo os valores das entradas randomizados a partir de funções de distribuição de probabilidades, escolhidas a partir das distribuições de probabilidades de cada variável (para maiores informações, consultar o PMBOK em sua 3ª edição).
Planejamento de respostas a riscos
  1. Estratégias para riscos negativos ou ameaças - Existem três estratégias, basicamente: prevenir (mudanças visando eliminar a ameaça apresentada por um risco adverso), transferir (passagem do impacto negativo de uma ameaça para terceiros, juntamente com a propriedade da resposta) e mitigar (redução da probabilidade e/ou impacto de um evento de risco adverso até um limite aceitável).
  2. Estratégias para riscos positivos ou oportunidades (riscos que possuem impactos potencialmente positivos nos objetivos do projeto) - São sugeridas três: explorar (eliminar a incerteza associada ao risco positivo fazendo com que a oportunidade ocorra), compartilhar (atribuição da propriedade a terceiros que possam melhor converter a oportunidade em benefício do projeto) ou melhorar (visa aumentar a probabilidade e/ou impactos positivos e identificar e maximizar os acionadores desses riscos de impacto positivo).
  3. Estratégia para ameaças e oportunidades – A estratégia é a aceitação, ativa ou passiva, a qual indica que a equipe do projeto decidiu não mudar o plano de gerenciamento do projeto para tratar o risco ou que não consegue identificar uma outra estratégia de resposta adequada.
  4. Estratégia para respostas contingenciadas - Para alguns riscos, é interessante que a equipe faça um plano de respostas que será executado apenas se determinados eventos pré-definidos ocorrerem.
Monitoramento e controle dos riscos
  1. Reavaliação de riscos - Compreende a identificação de novos riscos e a reavaliação de riscos, usando-se dos processos de gerenciamento de riscos. As reavaliações devem ser agendadas regularmente durante o projeto.
  2. Auditorias de riscos - Examinam e documentam a eficácia das respostas a riscos no tratamento dos riscos identificados e do processo de gerenciamento de riscos.
  3. Análise das tendências e da variação - Revisão das tendências e da variação da execução do projeto visando monitorar o desempenho geral do projeto, e gerar dados necessários para prever possíveis desvios do projeto.
  4. Medição de desempenho técnico - Compara as realizações técnicas durante a execução do projeto com o cronograma do plano de gerenciamento do projeto de realizações técnicas, podendo ajudar a prever o grau de sucesso da realização do escopo do projeto.
  5. Análise das reservas - Compara a quantidade restante das reservas para contingências com a quantidade restante de risco em qualquer momento do projeto, para checar se a reserva restante é adequada.
  6. Reuniões de andamento - Inclusão do gerenciamento de riscos do projeto na pauta das reuniões periódicas de andamento, visando facilitar e aumentar a exatidão do entendimento dos riscos, especialmente ameaças.

3 comentários:

Marcos disse...

“Segundo o Project Management Body of Knowledge – PMBOK [3], o Gerenciamento de Riscos é o processo sistemático de identificação, análise e resposta aos riscos dos projetos. Inclui maximizar a probabilidade e as conseqüências dos eventos positivos, bem como minimizar a probabilidade e conseqüência dos eventos negativos, em relação aos objetivos do projeto.”

Dito isto, como poderia então se calcular as probabilidades para podermos priorizar os riscos nas categorias (Catastrófico, Crítico, Moderado e Regular)?

Jeirlan disse...

Excelente pergunta, Marcos!
Na verdade você poderá atribuir as probabilidade usando a Análise Qualitativa ou a Análise Quantitativa. Na análise qualitativa, usa-se técnicas baseadas em julgamento ou experiência. Conforme o PMBOK , "é normalmente uma maneira rápida e econômica de estabelecer prioridades para o planejamento de respostas a riscos, e estabelece a base para a análise quantitativa de riscos, se esta for necessária". As técnicas para tanto são listadas na Parte 1 da postagem. Caso se deseje analisar numericamente a probabilidade e consequência de cada risco, deve-se fazer a análise quantitativa. Para tanto, o PMBOK trata de algumas técnicas, a exemplo da árvore de decisão, e do uso da técnica de Monte Carlo (simulação), onde, neste último, gera-se curvas de distribuição de
probabilidades que refletem riscos do projeto. Veja maiores informações no PMBOK, 3ª edição, páginas de 257 a 259, e também nesta outra referência (http://www.widebiz.com.br/ebooks/delemos/pmbok11.pdf), também do PMBOK, 2ª edição, página 117, onde trata simulação.

Eu, particularmente, nunca fiz a análise quantitativa. Abraços.

Rogério P C do Nascimento, PhD disse...

boa resposta, Jeirlan..

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